sexta-feira, 13 de julho de 2012

Israel, a terra prometida do crime organizado?

Dentre as milhares de notas diplomáticas das embaixadas norte-americanas divulgadas pela Wikileaks, destaca-se a suspeita do embaixador dos EUA em Tel-Aviv por uma eventual omissão do governo de Israel frente ao crime organizado. Diante do histórico do país, esta dúvida não é cabível?

Wikileaks e suas revelações

Em uma nota de 15 de maio de 2009 originária da embaixada norte-americana em Tel-Aviv e dirigida ao Ministério do Exterior e outras repartições públicas dos EUA, incluindo o FBI, postos de fronteiras e alfandegários, além do Ministério da Segurança Interna, aparece o comentário sobre a incapacidade da polícia e justiça israelense em combater o crime organizado (CO). A embaixada escreveu que eles não obtêm sucesso em suas tentativas de impedir a entrada de criminosos nos EUA.
A nota em questão pode ser lida no site da Wikileaks sob a referência 09TELAVIV1098.

Na notícia intitulada “Israel, um paraíso para o crime organizado?”, o então embaixador norte-americano James Cunningham escreveu “que o crime organizado tem há muito tempo suas raízes em Israel, mas nos últimos anos existe um aumento no lucrativo comércio com drogas e prostituição”.
Ainda no texto podemos ler: “A polícia nacional israelense e a justiça estão engajados em uma enérgica campanha contra os líderes do CO, incluindo um novo departamento especializado no crime organizado, mas eles são incapazes de resolver o problema como um todo. O CO em Israel tem uma abrangência mundial, com repercussão direta sobre os EUA”.
O autor da notícia mostra um grande conhecimento sobre o crime organizado israelense, possivelmente com ajuda de agentes do FBI estacionados na embaixada dos EUA em Tel-Aviv. Na notícia é colocada a pergunta sobre quão enraizado está o crime organizado na vida política em Israel . Fato é que diversos políticos, ministros, parlamentares e até um chefe de governo foram acusador de atuações criminosas.
Da mesma forma foi acusado o ex-ministro das finanças Avraham Hirschson devido a perjúrio, abuso de poder, suborno e lavagem de dinheiro. Ou o ex-presidente Ehud Olmert por corrupção. Ou o atual ministro do exterior Avigdor Liberman, nascido e crescido na União Soviética, por suborno, tráfico de drogas, estelionato e obstrução da justiça.
Em 2004, o ex-ministro Gonen Segev foi preso por tráfico de drogas. A eleição de Inbal Gavrieli do Likud para o Knesset, em 2003, gerou forte preocupação sobre o grau de influência do crime organizado no partido. Gravieli é filha de um chefe mafioso e ela aproveitou de sua imunidade parlamentar em 2006 para bloquear a investigação dos negociatas de seu pai: jogos ilegais e sonegação fiscal.
A notícia trata da possibilidade do crime organizado israelense ampliar sua influência nos EUA, por isso deve se evitar que as diferentes famílias da Kosher Nostra e seus membros recebem visto de entrada nos EUA.
“Devido ao aumento considerável do crime organizado israelense e seus métodos mortíferos de atuação, o impedimento das viagens de criminosos conhecidos para os EUA se constitui um caso de grande preocupação”, escreveu Cunningham.
A maioria das famílias de criminosos tem suas raízes em seus países de origem, especialmente o que concerne os oligarcas judeu-russos e suas organizações criminosas. Isso torna-se evidente na nota da embaixada: segundo informações da polícia, os oligarcas russos teriam lavado cerca de 10 bilhões de dólares através de holdings israelenses.
A máfia russa, dominada por judeus sionistas, controla a maior parte do tráfico de drogas na Europa e Estados Unidos. Os latino-americanos produzem, mas o grosso da distribuição nos EUA fica com os israelenses.
Com estas informações divulgadas agora pela Wikileak fica confirmado aquilo que muitos suspeitavam há muito tempo, não é a máfia italiana que lidera o crime organizado internacional, como Hollywood nos demonstra constantemente. E a resposta à pergunta no título da nota da embaixada pode se respondida com: sim!

http://wikileaks.org/cable/2009/05/09TELAVIV1098.html

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