sábado, 2 de abril de 2011

Federação Internacional das Mulheres condena ataques à Líbia


A Federação Democrática Internacional de Mulheres - FDIM -, repudia a criminosa agressão imperialista à Líbia, perpretada pelos EUA e seus súditos, Inglaterra, França, Itália e Otan. Repudiamos também a resolução de guerra contra a Líbia, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, no dia 17 de março.

A FDIM apresentou seu veemente protesto à invasão à Líbia para a Presidenta do Conselho de Segurança da ONU, a Embaixadora Maria Luiza Viotti, em recente audiência em fevereiro, em NY nos EUA.

O Conselho de Segurança da ONU, que nos últimos tempos tem sido tutelado pelos EUA e seus aliados, atuam de forma colonizadora e tem a pretensão de que o governo e o povo da Líbia se submetam e se acovardem diante das agressões de forças mercenárias, organizadas e financiadas por países do ocidente.

No mesmo momento em que nos manifestamos pelos 8 anos de invasão do Iraque, no dia 19 de março, ocasião em que utilizaram a desculpa de “armas de destruição em massa” no Iraque para invadir e roubar seu petróleo, os EUA, produzem calúnias e mentiras do mesmo teor e preparavam a invasão à Líbia.

Os cartéis bélico-petroleiros ecoam através da mídia que financiam em todas as partes suas mentiras para justificar o ataque assassino que perpetram contra o povo líbio.

Inúmeras manifestações e são ouvidas ao redor do planeta sobre as diferenças de tratamento que impõem à Líbia: tropas da Arábia Saudita cruzam a fronteira invadem Bahrein e atacam a população civil sem que o Conselho de Segurança, a ONU, se manifeste, fazendo de conta que nada vê. As tropas atravessaram a fronteira dois dias depois da visita do chefe do Pentágono a ambos países. A Confederação Sindical que congrega as principais entidades de trabalhadores do Bahrein e 7 partidos da oposição no país denunciaram a “ocupação aberta do Bahrein, declaração de guerra e conspiração contra o povo desarmado”. O porta-voz da Casa Branca apressou-se a declarar de que “isso não é a invasão de um país”.

Já em relação a Líbia, país que vários países da Europa e os EUA tem interesse estratégico, por conta de sua produção de petróleo, declaram guerra e iniciam ataques assassinos.

A Líbia tem o mais alto Índice de Desenvolvimento Humano da África, a saúde e a educação são gratuitas; moradia, alimentos e combustíveis estão disponíveis para todos, mesmo com as barreiras colocas pelo bloqueio imperialista contra o país; a taxa de alfabetização é superior a 90%, contra os 9% que existiam antes de Kadafi.

As mulheres na Líbia, que antes viviam discriminadas e no obscurantismo, passaram a estudar e a ocupar postos de trabalho que lhes eram negados.

Por conta dessa realidade vivida pelas mulheres líbias, ao longo das últimas semanas as fotos divulgadas sobre as manifestações de massa em apoio a Kadafi e a Líbia, mostram uma participação expressiva das mulheres líbias nas ruas, em defesa de suas conquistas e da soberania de seu país.

Na Líbia não houve nenhum protesto ou movimento popular como os que ocorreram na Tunísia no Egito, na Arábia Saudita ou no Bahrain. A “insurgência armada” em Benghazi só existiu com apoio das potências estrangeiras, particularmente dos EUA, Inglaterra e OTAN a grupos de opositores mercenários; a mídia belicista não divulga que a chamada “Frente Nacional de Salvação da Líbia” (NFSL) que dirige um exército de mercenários posicionado na fronteira com o Egito contra o líder Muamar Kadafi, é financiada pela CIA desde 1981, e seu escritório está localizado em Washington.

O objetivo da resolução do Conselho de Segurança foi a invasão militar para impedir a vitória do governo e do povo líbio. E assim privatizar a Companhia Nacional de Petróleo da Líbia, passando seu controle para as grandes corporações petrolíferas.

Todos sabem que nunca foram os direitos humanos, nem a democracia o que moveram os Estados Unidos e a OTAN. Quando Israel bombardeia 1.400 palestinos nos territórios ocupados de Gaza, entre eles crianças, mulheres e idosos, ou quando a Arábia Saudita invade o Bahrain para abafar as gigantescas manifestações populares que exigiam mais direitos e democracia, os EUA/Otan apóiam e justificam. As mais de um milhão de pessoas mortas no Iraque bem demonstram o valor humanitário das ações dos EUA. O despejo de urânio despejado em Faluja, um dos berços da resistência, foi um verdadeiro crime contra a Humanidade, onde a contaminação supera a de Hiroshima, e as crianças – aquelas que conseguem vir ao mundo sem duas cabeças ou outras aberrações - continuam nascendo deformadas. Um verdadeiro circo de horrores, vítimas de um genocídio que os conglomerados de mídia servis ao império, à indústria armamentista e às empresas petrolíferas, se esmeram em acobertar. O bombardeio “cirúrgico” a um dos imensos abrigos de Bagdá, onde morreram mais de três centenas de mulheres, idosos e crianças, ilustra até onde pode chegar a prepotência dos EUA.

O motivo da guerra contra a Líbia é uma vez mais o petróleo e não podemos ter nenhuma dúvida sobre o que está ocorrendo: o avanço da nacionalização do petróleo e das riquezas minerais, promovidas pela revolução na Líbia, causou imensos prejuízos à hegemonia das 7 irmãs e das petroleiras anglo-americanas e sua pretensão de controlar as fontes de energia e matéria-prima do planeta.Com a recente crise, os monopólios conseguiram elevar o preço do petróleo a 107 dólares, o maior desde 2008, e querem mais, falando em 200 dólares ainda em 2011 ou 2012.
A Líbia é a maior reserva comprovada de petróleo da África (44.000 milhões de barris) e é um dos 10 países mais ricos em petróleo do mundo, produzindo 1,8 milhões de barris/dia de óleo de alta qualidade. Detém ainda grandes depósitos de gás natural, com estrutura para canalizá-lo para os mercados europeus.
A FDIM convoca todas as suas organizações nacionais de mulheres filiadas, associadas e amigas para repudiar de forma veemente essa guerra por petróleo.

Vamos todas rechaçar a resolução do Conselho de Segurança e exigir a saída de todas as forças imperialistas estrangeiras da Líbia.

Em defesa da soberania, da paz e da livre determinação dos povos!

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